Gandarada Reserva 2017
Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz
complexo, suave e gastronômico
Análise dos experts
Quem já visitou a região do Dão vai logo reconhecer aqui o terroir, assevera Maria Emília Atallah e explica: “Um nariz que remete às florestas de eucaliptos que circundam os vinhedos e toques mentolados, são a primeira impressão. Seguem-se frutos vermelhos maduros e especiarias. Na boca, os aromas confirmam-se, mas de forma mais intensa. Taninos muito aveludados, mas bem presentes, essenciais como esqueleto do vinho”. Dirceu Vianna Jr. considera o vinho um excecional exemplo do que a região do Dão é capaz. Um vinho que combina estrutura e elegância suprema. A cor é opaca com tons rubi jovens e vibrantes. No nariz oferece notas de amoras silvestres, violeta e terra molhada. Na boca é um vinho redondo, frutado, suculento, com taninos sofisticados e muito bem casados, juntamente com delicioso frescor típico dos grandes vinhos dessa região. Sedoso, puro, com muita classe e persistência no final de boca. E para terminar Manuel Vieira foi conciso, ao definir o aroma do vinho como muito floral, com suaves notas de violeta e uma boca limpa e elegante, reforçando ainda mais as notas florais sentidas no nariz: “Um vinho em que a elegância do Dão está aqui no seu máximo expoente!”
Harmonização
Este vinho é de excelente qualidade podendo ser apreciado sozinho ou acompanhando carnes vermelhas, peixes mais fortes e massas. Para Maria Emilia Atallah, carnes com molhos e receitas mais ricas em ingredientes e ervas são boas pedidas. Picadinho, strogonoff, carne de panela: receitas desse tipo tendem a ganhar com esse vinho mais estruturado e perfumado.
A Vinícola
Ficha Técnica
Vinho | Gandarada |
Tipo | Tinto |
Safra | 2017 |
Teor Alcoólico | 13% |
Volume | 750ml |
Perfil do Produtor
Vinícola | Boas Quintas |
Classificação | D.O.C. |
País | Portugal |
Região | Dão |
Enólogo | Nuno Cancela de Abreu |
Fatos interessantes | A família Cancela de Abreu produz vinho na Quinta da Gandarada há quatro gerações com a personalidade e a elegância dos grandes vinhos do Dão. O enólogo Nuno Cancela de Abreu herdou a responsabilidade de respeitar o legado dos seus avós. |
Mais notas do enólogo | Se este vinho pudesse ser resumido em 3 palavras, seriam: complexo, suave e gastronômico. Notas de prova: cor rubi carregado, aroma de frutos vermelhos maduros, ligeiro tabaco e café (moca), vinho encorpado com taninos suaves, confirma a fruta encontrada no aroma, uma agradável sensação de frescura e um ligeiro toque a madeira, final de boca complexo, suave e agradável. Sugestões para acompanhar: carnes grelhadas com molhos ou com ervas, strogonoff. |
Viticultura
Castas | 60% Touriga Nacional, 20% Alfrocheiro, 20% Tinta Roriz |
Idade média das videiras | 30 anos |
Área da propriedade | 12 hectares |
Área de vinhedos | 10 hectares |
Contribuição de cada casta para a personalidade do vinho | A Touriga Nacional a cor intensa, aromas de violeta e frutos pretos bem maduros, taninos macios mas volumosos. O Alfrocheiro os aromas florais e frutos vermelhos mais frescos e a Tinta Roriz os aromas a feno e frutos vermelhos, taninos mais robustos que dão volume ao vinho. |
Condições climáticas e seus efeitos sobre a safra | Em 2017 o inverno foi moderadamente chuvoso e a primavera seca, sem chuvas. O baixo teor de humidade do ar evitou os ataques de fungos facilitando o controle das doenças. As condições climáticas no verão com temperaturas altas e a ausência de precipitação incentivaram a maturação das uvas com excelentes condições. A amplitude térmica importante que se observou entre a noite e o dia foi particularmente favorável á síntese de precursores de aromas. |
Fatos vitícolas interessantes | No final do século XIX, o Rei D. Manuel II passou pelas terras de Mortágua tendo ficado hospedado na casa de João Tavares Festas, bisavô de Nuno Cancela de Abreu, que hoje representa a 4a geração na família a produzir vinho na região do Dão. O Rei, grande apreciador da natureza e pescador nato, acompanhou o seu anfitrião na pesca de trutas na ribeira de Mortágua. Reza a história que foi nessa ocasião que Sua Majestade aconselhou João Tavares Festas a plantar vinha e produzir vinho para exportar para o Brasil, país com grande potencial de consumo de vinho português. Depois desta conversa foram plantadas vinhas e produzidos vinhos que vieram a ser exportados para o Brasil. |
Rendimento | 6.000 litros/hectare. |
Data da colheita | 2017 |
Tipo de collheita | Manual |
Horário da colheita | Diurno |
Fatores condicionantes | controlar a maturação das diferentes castas e só vindimar quando estão no ponto certo tirando partido de cada uma delas segundo o sua contribuição para o vinho final. |
Vinificação
Amadurecimento | Em barricas de carvalho americano (Bordeaux - 225 litros), novos e de 1 ano de uso, de tosta média, por 9 meses e estágio em garrafas por no mínimo 36 meses. |
Métodos de vinificação | Controle rigoroso da maturação das uvas, colheita manual e transporte rápido para a adega. Contato pelicular de 2 dias a frio, fermentação entre 23 e 24oC com remontagens suaves. Como o clima não permite uma boa maturação das grainhas no primeiro dia de fermentação fazemos uma delestage e retiramos todas as grainhas evitando assim a passagem dos taninos adstringentes e amargos nelas existentes. Após a fermentação maloláctica (em cubas de inox) e o inverno, o vinho encontra-se em condições para o início do estágio em madeira. |
Mais informações
Serviço | 16-18oC |
Tipo de fechamento | Micro de cortiça |
Taça | Borgonha |
Potencial de guarda | 7 anos |
Decantação | Não é necessária, somente para aeração |